Desenvolvido pela arquitetura Moema Loures, sócia do escritório ARTO, o projeto compreende dois studios de trabalho e três casas.
Os studios de trabalho se transformam em residência e as casas se em escritórios, um projeto que busca a flexibilidade, permitindo diversas apropriações do espaço.
“Olhar para rua”: integração é a palavra-chave
Ao percorrermos o bairro do Aeroporto -onde se localiza o nosso projeto-, observamos que muitas das casas criaram grandes extensões de muros impedindo o caminhar dos passantes, e trazendo insegurança aos quarteirões. A intenção é inverter este cenário e criar um edifício voltado para a rua, que permita a observação do entorno.

Fatores como a topografia e a paisagem do entorno foram determinantes na implantação do edifício. Todas as casas estão voltadas para a vista do aeroporto, privilegiando o horizonte aberto. Paralelamente, buscamos fazer pouca remoção de terra e uma implantação de baixo impacto.
Os espaços internos -estar-cozinha-jantar-, são integrados com ventilação e iluminação cruzada, proporcionando uma flexibilidade espacial.
Os studios estão localizados na frente do terreno, voltados para a fachada do edifício, que através de fechamentos e brises, garantem uma fluidez visual, conforto e privacidade na medida desejada.
No centro do edifício criamos um pátio central voltado para o sol da manhã, espaço de encontros e de respiro. As casas integram-se a essa espacialidade, ao mesmo tempo que reduzem a formação de ilhas de calor.
O pátio possui uma função estruturante no projeto, um espaço de respiro, descanso e conexão. Os studios e as residências possuem aberturas para o pátio central configurando esse espaço-recinto.
Tanto as residências como os studios se conectam com o pátio, gerando um espaço de encontros e convívio, garantindo a luminosidade e ventilação.


Espaços que se transformam.
Devido ao desnível ocasionado pela topografia do terreno, foi possível posicionar a garagem em um ponto estratégico do projeto, em que há uma permeabilidade visual tanto observado da rua quanto no interior, sem elementos visuais que atrapalhem a continuidade do edifício com sua paisagem exterior.
Assim sendo, entende-se que o acesso à garagem pela rua é um espaço de convívio e, portanto, um percurso exterior que se transforma. O abrigo de veículos se transforma em espaços de convívio individual e coletivo.




Os benefícios oferecidos pelo aço nortearam a escolha deste material no projeto. A construção em aço possibilita a utilização de estruturas leves, grandes vãos, que exigem fundações de menor profundidade, além de acelerar a obra e reduzir, significativamente, os desperdícios e a quantidade de entulhos e demais resíduos no canteiro de obra.
O aço tem grande durabilidade e é extremamente adaptável. O edifício em aço pode ser facilmente modificado, permitindo rearranjos que se adaptam às necessidades dos usuários e a combinação de diferentes tipos de materiais, além de prolongar sua vida útil. Buscamos reforçar a ideia de flexibilidade em uma construção que seja sustentável no tempo e nos novos usos.
No caso de demolições ou modificações no projeto, o aço retorna às usinas siderúrgicas para ser reciclado infinitamente, sem perder nenhuma de suas qualidades. Ademais, o aço reciclado contribui para reduzir as emissões de gás carbônico do processo siderúrgico, reduzindo também os impactos sobre a mudança do clima e o consumo de recursos naturais não renováveis.
O Projeto das Casas Aero compreende a Arquitetura como parte da cidade, estreitamente ligado ao sítio, à sociedade, ao clima e ao uso cotidiano. A finalidade é projetar maneiras de construir com menos impacto ambiental e maiores ganhos sociais, partindo desses recursos para tornar o empreendimento economicamente viável.